quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Experimentação animal: em benefício do ser humano?
Remédios, produtos de limpeza, medicamentos, cosméticos,... você já parou para pensar por quais testes esses produtos passam para serem considerados “confiáveis” e irem parar nas prateleiras? Se nunca pensou é bom começar, pois a grande maioria dos produtos passa por testes feitos em animais de espécie, metabolismo, anatomia, fisiologia, na sua maior parte, totalmente diferentes das do ser humano, para serem considerados seguros e irem parar nas mãos dos consumidores! Incrível pensar como testes em organismos tão diferentes do nosso podem assegurar a toxidade de substâncias para nós seres humanos. O problema é que não é bem assim...
Se tivéssemos acesso aos bastidores do que ocorre nas indústrias de produtos de limpeza, de cosméticos, farmacêuticas, etc, ficaríamos horrorizados com as verdadeiras barbaridades que ocorrem por lá. Todos os dias milhares de animais são submetidos a testes com a finalidade de se obter resultados de medicamentos, de cosméticos ou ação de substâncias químicas em geral. Geralmente os experimentos são realizados sem anestésicos, podendo ou não envolver o ato da vivisseção (dissecação de animais vivos para estudo).
Entre os testes realizados podemos citar como exemplo: teste de irritação dos olhos - utilizado para medir a ação nociva dos ingredientes químicos encontrados em produtos de limpeza e em cosméticos. Os produtos são aplicados diretamente nos olhos dos animais conscientes; testes de toxidade alcoólica e tabaco - animais são obrigados a inalar fumaça e se embriagar, para que depois sejam dissecados; teste Draize de Irritação Dermal - consiste em imobilizar o animal enquanto substâncias são aplicadas em peles raspadas e feridas.
O modelo animal baseado em espécies diferentes da nossa é falho porque existem diferenças entre nós e eles como já citado, na anatomia, na fisiologia, nas interações ambientais, nos tipos de alimentos ingeridos, etc, que resultam na não-correspondência na absorção, distribuição e metabolismo de substâncias. Ademais, as condições de laboratório são mais controladas do que na vida humana e as doses administradas aos animais podem ser muito maiores do que as prescritas aos humanos, em termos de peso corporal.
Alguns dados: uma revisão realizada pelo governo americano nas drogas lançadas entre 1976 e 1985 revelou que 51,5% delas ofereciam riscos não previstos nos testes; Zelmid, um antidepressivo, foi testado sem incidentes em ratos e cães. A droga provocou sérios problemas neurológicos em humanos; Mitoxantrone, usado em um tratamento para câncer, produziu insuficiência cardíaca em humanos. Foi testado extensivamente em cães, que não manifestaram os mesmos sintomas (retirado do site veddas.org.br e pea.org.br).
Um outro problema relacionado à utilização de animais é o seu uso em pesquisas e aulas práticas. São várias as finalidades dos experimentos realizados com animais em universidades brasileiras: observação de fenômenos fisiológicos e comportamento a partir da administração de drogas; conhecimento da anatomia interna; desenvolvimento de habilidades e técnicas cirúrgicas. Os experimentos são comuns em cursos de ciências Agrárias e Biológicas. Essas práticas vêm sendo severamente criticadas por educadores e profissionais.
Atualmente já existem diversas alternativas para o uso de animais no ensino e pesquisa. Como exemplo podemos citar modelos e simuladores mecânicos que podem ser muito úteis ao estudo de anatomia, fisiologia e cirurgia; filmes e vídeos interativos, simulações computadorizadas; experiências in vitro; pesquisa clínica e epidemiológica; cultura celular e tissular; técnicas de imagens não invasivas, autopsias e estudos post-mortem, estudos microbiológicos, olhos do banco de olhos, dentre várias outras.
O grande problema é que a mudança não interessa para a maioria dos cientistas. Presos a técnicas e modelos de experimentação que aprenderam, qualquer novidade que surge no seu caminho experimental são eliminadas. A abolição total da utilização animal no ensino e nos testes com animais depende única e exclusivamente de nós. Hoje, com as informações disponíveis, podemos escolher entre produtos testados e não testados em animais. Atualmente existem diversas empresas de cosméticos que já substituíram os testes por alternativas. A mudança por parte de empresas, cientistas e professores só virá se nós pressionarmos e exigirmos o fim da utilização de animais e a busca por novas alternativas. Saiba mais no site www.internichebrasil.org.br.
"Pergunte para os vivisseccionistas por quê eles experimentam em animais e eles responderão: "Porque os animais são como nós". Pergunte aos vivissecccionistas por quê é moralmente 'OK' experimentar em animais e eles responderão: "Porque animais não são como nós". A
Experimentação animal apóia-se em contradição de lógica." (Professor Charles R. Magel (1920))
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